terça-feira, 29 de junho de 2010

FORÇA PORTUGAL...estamos torcendo por vcs!



Bandeira de Portugal




Seleção de Portugal


Capital do Time..Cristiano Ronaldo


O duelo da península ibérica acontece na tarde desta terça-feira (29) na Cidade do Cabo e envolve duas seleções muito bem ranqueadas pela FIFA. A Espanha está em segundo lugar e Portugal ocupa o terceiro posto. Ambos atrás do líder Brasil.
A partida deve ser muito equilibrada entre as duas equipes, com um ligeirofavoritismo para os espanhóis. Mesmo com o segundo lugar no grupo do Brasil, Portugal está invicto e deseja fazer história nesta Copa.
O técnico da Espanha, Vicente Del Bosque, pode não contar com o volante Xabi Alonso, que saiu machucado da partida contra o Chile. A equipe deve entrar em campo com Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Busquets, Xavi Alonso (Javi Martinez), Xavi e Iniesta; David Villa e Fernando Torres.
Já o treinador de Portugal, Carlos Queiroz, não sabe se vai poder contar com Duda e Danny, ambos machucados. O time deve ser escalado com: Eduardo; Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Coentrão; Raul Meireles (Duda), Pepe, Tiago e Simão Sabrosa (Danny); Cristiano Ronaldo e Hugo Almeida.
Mas...contudo isso conto com a VITÓRIA DE PORTUGAL!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Prefeita Jusmari luta pelo Aeroporto de Barreiras

Prefeita Jusmari luta pelo Aeroporto de Barreiras

Na semana passada a prefeita Jusmari Oliveira esteve reunida em Salvador com o Secretário Estadual de Infraestrutura, Wilson Brito e representantes da Agerba, Infraero, Derba, Corpo de Bombeiros e a empresa aérea Passaredo. Em pauta esteve a recuperação e ampliação do aeroporto de Barreiras.

“Sabemos do empenho da prefeita Jusmari Oliveira para que Barreiras tenha de fato um aeroporto que atenda as necessidades de toda região Oeste da Bahia. Vamos viabilizar as principais ações para que a cidade tenha as suas necessidades atendidas”, comentou o Secretário Estadual de Infraestrutura, Wilson Brito.

Na reunião a prefeita Jusmari Oliveira foi enfática ao relatar que o problema estrutural do aeroporto para receber aviões de maior porte não se restringe simplesmente ao tamanho da pista, como apontam muitos políticos e empresários da cidade.
“Ao assumirmos a Prefeitura fizemos uma análise por meio de técnicos do setor. Dentre os inúmeros problemas do aeroporto estão a telefonia, instalação elétrica, sistema de comunicação, mobiliário e equipamentos para os bombeiros. Porém, o que mais nos impressionou foi a falta de vontade política em resolver esse problema que perdurou por anos. Muitos gestores que tiveram a oportunidade de resolver essa questão não se mobilizaram, hoje simplificam o problema dizendo que o nosso aeroporto não recebe aviões de maior porte por causa somente do  tamanho da pista” , relatou a prefeita.
Dentre as ações imediatas nas quais o Governo Municipal já está atuando em parceria com o Estado para que a cidade não perca os vôos da única empresa que atua na cidade está a hospedagem e alimentação de 14 bombeiros do grupamento de Salvador, os quais compõem a brigada de incêndio do aeroporto de Barreiras.
“A prefeita Jusmari tem sido a nossa grande parceira. Temos atualmente 14 homens deslocados para Barreiras que possuem a função de realizar o treinamento dos demais soldados da cidade. Todos estão hospedados e recebem alimentação por meio dessa parceria. Estamos aguardando a compra de equipamentos de segurança para termos uma brigada completamente equipada”, comentou o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, Dalton Barbosa.
De acordo com a prefeita Jusmari Oliveira o Governo Municipal está empenhado ao máximo em regularizar a situação do aeroporto de Barreiras para que sejam oferecidas mais opções de vôos e com isso, ocorra a diminuição do preço das passagens.
“Não podemos deixar que a única empresa que opera com regularidade em Barreiras deixe de prestar os seus serviços devido ao descaso de gestões passadas. Estamos dando o nosso total empenho para que o povo de Barreiras tenha de fato um serviço mais seguro, com tarifas mais baratas e mais opções de vôos”, disse a prefeita Jusmari Oliveira.

REFORMA DO COLÉGIO OCTAVIO MANGABEIRA FILHO em andamento





Por Yonara Alves
Fotos: Ronaldo Carvalho



Nova pintura, ampliação da cozinha, sala dos professores, secretaria e almoxarifado são algumas 
das grandes mudanças ocorridas na infraestrutura do Colégio Municipal de Aplicação Octávio
 Mangabeira Filho, inaugurado há quatorze anos. Com a reforma parcialmente concluída, estudantes e
 professores comemoram o novo ambiente escolar.
Além da pintura da escola, está prevista para o início do mês de maio a conclusão de dez banheiros, 
sala de vídeo e biblioteca.
 “Trabalho aqui há quatro anos, a situação era complicada. 
Com mais de oito anos sem reforma, mandamos vários ofícios na gestão anterior e não conseguimos retorno.
 Nesta gestão fomos atendidos, os professores que estavam desacreditados agora estão motivados
 e satisfeitos com o ambiente de trabalho”, comentou a coordenadora de ensino, Elba Lopes.
A reforma da escola inclui a recuperação de toda a parte elétrica, para evitar qualquer risco de acidente. 
Com treze anos de atuação no funcionalismo público, a assistente administrativa do colégio, Maria Santana, confirma que a escola ficou esquecida durante muito tempo pelo poder público. 
“Essa reforma foi tudo de bom, estou aqui há treze anos e sinceramente foi a melhor coisa que aconteceu, estávamos precisando muito”.


Cigarro mata com violência!


De acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o Brasil foi o segundo país a adotar imagens de advertência como estratégia para diminuir a prevalência e evitar a experimentação do cigarro por jovens e adolescentes. Desde 2001, os fabricantes de produtos de tabaco são obrigados, por lei, a inserirem advertências sanitárias ilustradas com fotos.
Para o procurador da República em Blumenau, João Marques Brandão Néto, as imagens atingem o fundamento constitucional da dignidade da pessoa humana.

"Como a campanha foi estendida para além das embalagens de cigarro, ao entrar em qualquer lanchonete, loja de conveniência, restaurante ou bar, entre outros, os cidadãos são aterrorizadas pela foto de um cadáver com o crânio rachado ou um feto morto dentro de um cinzeiro", argumenta o procurador, na ação.

No último mês de maio, o governo apresentou as novas imagens de advertências de embalagens de produtos com tabaco.
Entre as novas ilustrações, há um bebê morto dentro de um cinzeiro, uma cirurgia cardíaca, uma mãe e um filho assistindo à morte do pai e o cadáver de um fumante em uma mesa de necrotério. A cada ano, o cigarro mata 200 mil pessoas no Brasil, segundo o Inca.
  Atenção: IMAGENS FORTES!



Seja consciente...tenha amor a vida!

Vamos lá BRASIL!

 Vai Brasillllllllllllllllllllll!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 2 x 0
Nós nao desistimos nunca!
ta na raça...ta na cor...ta no sangue... essa é mistura de energia e calor....vai BRASIL!!!!!!!!!!!!!!!



 Vai Brasillllllllllllllllllllll!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 2 x 0 

É isso aí Brasil!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Jusmari volta com mais força!



Após a acertada decisão da justiça baiana, em reconduzir ao mandato ao prefeita de Barreiras, a população recebeu, em festa, a prefeita Jusmari Oliveira. “Estou feliz com esse ato de carinho. Pensei muito nesses dias em que estive afastada sobre o nosso governo. Essa demonstração nos dá mais força para continuarmos o nosso trabalho”, agradeceu.



A justiça baiana esta de parabens!

domingo, 27 de junho de 2010

RUMO AO HEXA BRASIL!!!!!!!!!!






Vamos lá seleção!



Ivete Sangalo

Composição: Weidner Lima
Vamos todos brasileiros
Torcer pela seleção
Unidos numa so vontade
De ser hexacampão
O Brasil fica parado
Em frente a televisão
Torcendo e vibrando
Pela nossa seleção
Não tem rico, não tem pobre
Somos uma so nação
Batalhando na Alemanha
Pra se hexacampeão
Vai com garra!
Vai com raça!
Vai jogando um bolão
Conquistando mais uma taça
Pra alegria do povão
Vai com garra!
Vai com raça!
Vai jogando um bolão
Conquistando mais uma taça
Para nossa coleção

Prefeita Jusmari Oliveira representa Oeste da Bahia durante inauguração do Terminal Portuário Cotegipe



 Na manhã de terça, 08, o governador Jaques Wagner, o ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito e a prefeita Jusmari Oliveira participam da inauguração do Terminal Portuário Cotegipe, em São Tomé de Paripe, na Baía de Aratu, em Salvador. Por considerar que o porto privado receberia boa parte da produção de grãos, em especial a soja do oeste baiano, sendo mais um estímulo para a geração de empregos diretos e indiretos, o governo estadual concedeu incentivos fiscais, como a desoneração do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), para a compra dos equipamentos instalados no local.
       “Como representante da cidade pólo do oeste do estado consideramos que a nossa região ganhou um grande reforço. O terminal irá ampliar e facilitar o escoamento da nossa produção de grãos. Essa era uma reivindicação dos produtores a quem também represento. A economia de todo o estado, principalmente do oeste, terá um impacto extremamente positivo com esse terminal”, comentou a prefeita Jusmari Oliveira.
       O Terminal Portuário Cotegipe será administrado pela empresa C. Port. O equipamento é considerado um porto privativo de uso misto, com capacidade de recebimento de mil toneladas de carga por hora, e opera atualmente com navios de até 205 metros de comprimento e carga da ordem de 50 mil toneladas de porte bruto.
       “Esta é uma prova de que investimentos públicos e privados movimentam o país no sentido do crescimento econômico e sustentável. É muito importante não só para a Bahia, mas para o Brasil”, afirmou o ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito.
       Já o governador Jaques Wagner enfatizou a importância da logística como fator de desenvolvimento para o estado. “Logística é fundamental. Um porto ampliado como esse melhora a condição logística da Bahia, fator positivo para todos os empreendedores”.
       Avanços para o setor - Mesmo com os recentes investimentos privados na área portuária e os investimentos públicos em andamento no estado, o governador reconheceu que é preciso avançar ainda mais no setor. “Sabemos que ainda somos devedores de uma condição portuária melhor. É um esforço que estamos fazendo, seja em Aratu, com o porto público, seja em Salvador, com a ampliação da área de contêineres, ou no Porto Sul, que é um projeto que estamos desenvolvendo exatamente para garantir logística de boa qualidade para aqueles que querem investir na Bahia”, detalhou.
       Empregos - Para este ano, a previsão de movimentação de carga é de 2,6 milhões de toneladas de grãos, com a geração de 200 empregos diretos e aproximadamente três mil indiretos.

28ª EXPOBARREIRAS




Atrações da 28ª EXPOBARREIRAS

De 04 a 11 de julho será realizada a maior feira agropecuária do interior da Bahia - a 28ª EXPOBARREIRAS.  Confira a grade de atrações para os shows.
ATRAÇÕES MUSICAIS
03/07 – TOMATE
04/07 –CAVALEIROS DO FORRÓ
05 E 06/07- ATRAÇÕES LOCAIS
07/07- SAIA RODADA
08/07- SEU MAXIXE
09/07- LÉO MAGALHÃES
10/10 – EDU E MARAIAL
11/07 – ATRAÇÃO GOSPEL
A idéia de diversidade está ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade. E, muitas vezes, também, pode ser encontrada na comunhão de contrários, na intersecção de diferenças, ou ainda, na tolerância mútua.
Elba Lopes.

CULTURA E DIVERSIDADE CULTURAL





Conceito de cultura: Segundo o sociólogo inglês Raymond Williams, a palavra cultura vem do latim – colere – e definia inicialmente o cultivo das plantas, o cuidado com os animais e também com a terra (por isso, agricultura);

Definia, ainda, o cuidado com as crianças e sua educação; o cuidado com os deuses (seu culto); o cuidado com os ancestrais e seus monumentos (sua memória);

Chegaríamos ao sentido mais comum do termo em nossa sociedade: o homem que tem cultura é o homem “culto”. Mas, se pensássemos em cultura apenas nesse sentido, teríamos que perguntar: só quem lê muito, quem passou um longo tempo na escola é que tem cultura? E o bóia-fria, o operário, o comerciante, estes não têm cultura?

Numa outra perspectiva, poderíamos responder que cultura é cinema, pintura, teatro, as manifestações artísticas em geral. Nesse caso, só os artistas é que teriam cultura? Mas e as festas populares, as crenças, as chamadas tradições, seriam o quê?

A maneira de agir, pensar e sentir de um grupo de pessoas ou classe social seria ou não cultura? O “modo de ser” dos brasileiros tem algo a ver com “cultura”, com “cultura brasileira”?

Antes de tentar responder a essas perguntas, devemos partir, especificamente, da compreensão do próprio conceito. Pensar em cultura requer que se pense, inicialmente, em sua relação com outros dois conceitos fundamentais: o de civilização e o de história. Foi na Europa, a partir do século XVIII, que o conceito de cultura passou a ser associado ao conceito de civilização. Os pensadores do período, preocupados em estudar o homem e a sociedade, pensavam a relação entre o conceito de cultura e de civilização de maneiras diversas, como aponta a filósofa brasileira Marilena Chauí.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): cultura seria definida como bondade natural, solidariedade espontânea. A essa ideia positiva de cultura, Rousseau opunha a ideia negativa de civilização. O conceito de civilização era pensado como aprisionamento da bondade humana natural, por meio de regras e convenções artificiais e exteriores ao homem;

Voltaire (1694-1778) e Kant (1724-1808): cultura e civilização representavam, ambas, o processo de aperfeiçoamento moral e racional da sociedade.

Hegel (1770-1831): Compreendida em sua relação com a história, a cultura é definida como o conjunto organizado dos vários modos de vida de uma sociedade. Segundo o filósofo alemão, a cultura resultaria da forma de ser dos homens (“Espírito Mundial”). Assim, a concepção de cultura estaria relacionada com as formas como os homens vão compreendendo, representando e se relacionando com os vários elementos componentes de sua existência: o trabalho, a religião, a linguagem, as ciências, as artes e a política.

Os estudos antropológicos: A antropologia, como ciência, desenvolveu-se principalmente a partir do século XVIII com a expansão colonial européia. Novos territórios vinham sendo descobertos e ocupados pelas potências européias (principalmente a Inglaterra) e novos povos (considerados primitivos, quando comparados com a sociedade ocidental) eram contatados. Era preciso conhecer seus hábitos, costumes e valores, principalmente para melhor domina-los. A antropologia surgiu, como se pode deduzir, como conseqüência da política imperialista e com o intuito de auxiliá-la. Ao longo do tempo, porém, a atuação dos antropólogos desenvolveu-se de maneira mais independente e num sentido muitas vezes oposto ao que deles se exigia.

Nas últimas décadas, o estudo do “outro” (outros povos, suas crenças e costumes) passa a se desenvolver no sentido político de mostrar que diferenças culturais não significam inferioridade nem justificam a dominação. Por essa razão, a antropologia ajudou a desqualificar o etnocentrismo (isto é, a tendência a valorizar a própria cultura, tomando-a como parâmetro para avaliar as demais) e a admitir o relativismo cultural. Para ela, cada sociedade possui o direito de se desenvolver de modo autônomo, não existindo uma teoria sobre a humanidade que possua alcance universal, e que seja capaz de impor-se a outras, com base em qualquer tipo de superioridade.


Musica de Caetano Veloso Sampa

Alunos CEAG

Quero socializar com vocês algumas frases. Em algum momento de nossa vida sempre as usamos. Seja para fazer alguém pensar, seja para nós mesmos refletirmos sobre alguma coisa. É pena que nem todas tenham seus autores. De qualquer forma espero que contribuam para algo de bom em suas vidas.
"O amor de mãe é o combustível que permite a um ser humano fazer o impossível."
(Marion C. Garretty)
 "Podemos perder tudo, menos a iniciativa de sermos felizes!"
(Eduardo Gonçalvez)
"Deus em momento triste de nossa vida, consegue trazer até você a pessoa certa, assim trazendo junto no pacote a felicidade que nunca tivera antes nessa vida !"
(Paulo Hipólito)
 "Ainda que eu me perca na escuridão das ilusões,sempre acreditarei que em meio às trevas posso encontrar a luz do teu olhar." "Quando não se sabe a verdadeira dimensão do abismo, fica mais fácil mergulhar num oceano de incertezas.""Seja dono do seu silêncio para não ser escravo de suas próprias palavras." "O vencedor não é aquele que vence aos outros, mas sim aquele que vence a si mesmo superando seus vícios e defeitos." "Um dia a lágrima disse ao sorriso: invejo-te porque vives sempre feliz. O sorriso respondeu: engana-te pois muitas vezes sou apenas o disfarce de tua dor." "Se os vazios de minhas palavras conseguissem ao menos dizer-te o quanto você é importante pra mim, talvez assim você entendesse o quanto é difícil encará-lo como um amigo." "Jamais chores pela pessoa que não te merece. Antes de dar a segunda oportunidade, pense nas lágrimas que você derramou no passado, não se entregue facilmente. Jamais chores pela pessoa que não te merece, pois essa pessoa pode estar bebendo as suas lágrimas numa taça de orgulho e desprezo." "O passado está morto; o futuro é imaginário; a felicidade só pode ser no eterno momento do agora." "Pode ser que você nunca chegue a me escutar, mas isso não importa. Meu olhar diz que para sempre vou te amar."
(Amanda Gasparetto)
 "A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso que fazemos do que temos."
(Thomas Handy)
"O medo é um empecilho de grandes conquistas na vida."
(Marcos F.D.S)
 "A sorte favorece a mente bem iluminada." "Nunca deixe que o medo fique à frente dos seus sonhos." "O caos gera vida. A ordem gera hábito." "Quanto mais coisas fazemos, mais tempo temos para fazê-las. Quanto menos se faz, menos tempo há: os ociosos nunca têm um minuto para si." "Os problemas são apenas oportunidades vestidas em roupa de trabalho." "Não deixe que o que você não pode fazer interfira no que você pode fazer." "Se existe uma forma de fazer melhor, descubra-a." "Comemore o seu sucesso. Veja com humor os seus fracassos." "O fracasso é sucesso quando aprendemos com ele." "A saudade não significa que estamos longe, mas sim que um dia já estivemos juntos." "O que mais contribui para nos fazer feliz, é contribuirmos para a felicidade dos outros." "O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçarmos com mais inteligência." "Às vezes perdemos grandes oportunidades pelo simples medo de tentar. Nunca deixe que isso lhe aconteça. Vá em frente e lute pelo que deseja." "As pessoas que passam por nós, não vão sós e não nos deixam só. Levam um pouco da gente, deixando um pouco de si.""Acreditarmos verdadeiramente naquilo que desejamos é o primeiro passo para que ele se torne realidade." "O melhor amigo é aquele que nos faz melhores do que somos. Que nos ajuda a enfrentar as situações difíceis e não desperdiçar as oportunidades da vida."  

Música: Sampa - Caetano Veloso

A música Sampa de Caetano Veloso evidencia muito bem a discussão em torno do conceito de etnocentrismo: o ato de valorizar o eu/nosso cultural em detrimento de uma outra cultura, que é rebaixada, inferiorizada. Repare que a letra apresenta uma personagem que chega na "selva de pedras" de São Paulo e logo recebe um choque cultural, numa relação de total estranhamento. Vale a pena fazer esse trabalho de reflexão!

Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas

Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes

E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva

Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os novos baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa

Ciências Políticas: as formas do Estado

Ciências Políticas: as formas do Estado

Entendemos por Estado o poder político organizado no interior da sociedade civil. Na vida moderna, o Estado exerce controle quase total sobre a vida das pessoas. O Estado moderno surgiu na Europa, no inicio do século XVII, junto com a sociedade moderna. As transformações socioeconômicas e políticas haviam criado um novo mundo, inadequado ao velho feudalismo.

O Estado Absolutista.

Como primeiro formato de Estado moderno deve-se destacar o absolutismo, surgido em um período de confronto entre nobreza e clero – de um lado – e burguesia – de outro -.A princípio a burguesia tentou estabelecer acordos políticos com os monarcas, que aproveitaram a disputa entre as camadas sociais para aumentar seu poder político.Surgiu um novo tipo de Estado, apoiado pela burguesia, que se estendeu por vastos territórios e centralizou as decisões políticas.

O absolutismo teve em Thomas Hobbes (1588-1679) seu representante, cuja teoria procurava as origens do Estado e sua finalidade. Hobbes defendia um Estado soberano com representação máxima de uma sociedade civilizada e racional. A explicação era simples: Em estado natural os homens viveriam em igualdade, segundo seus instintos. O egoísmo, a ambição e a crueldade, próprios de cada um, gerariam uma luta sem fim e tornariam difícil a vida em sociedade, levando-os a destruição. Somente o Estado - poder acima das individualidades – garantiria segurança a todos. Quanto mais soberano ele fosse, mais humanos e racionais seriam os homens em sociedade.

Ao Estado nunca interessou afastar a Igreja da vida política, pois o melhor seria submetê-la ao seu poderio e conservar sua função religiosa, que beneficiava o próprio Estado.

No absolutismo surge a separação entre a pessoa do monarca e o poder político do Estado. Os monarcas varias vezes, defenderam medidas econômicas e políticas em nome do interesse geral e não de acordo com interesses próprios. Começava-se a estabelecer o que era publico e o que era privado. O bem público é um bem de todos, mas essa distinção entre o que é publico e o que é privado é produto da época atual, com inicio no Estado Absolutista.

No Absolutismo o poder político centralizou-se no interior do domínio nacional (ou territorial) e os parlamentos que surgiram nesse Estado funcionavam como órgãos consultivos, pois não eram permanentes e não tinham força perante o rei.

O Estado Liberal.

A burguesia assumiu o governo, instituiu o mercado livre e fez da sociedade civil o seu sinônimo. Era necessária maior nitidez entre o que era público e o que era privado.

Estado Liberal mostra-se como a representação desta separação, como símbolo do que é público e protetor do que é privado.

No século XVIII, a burguesia liberal recusava qualquer intervenção do Estado na economia e começou a difundir a ideia de que as restrições às atitudes estatais seriam benéficas para a economia geral.

O Estado, para os liberais, seria necessário para intervir em assuntos que incomodassem a burguesia, como para reprimir reivindicações da classe operária.

A burguesia reivindicava ampla liberdade na economia, restringindo – mas não tirando – o poder do Estado.

Para implantar o liberalismo econômico, a burguesia baseou-se na teoria formulada por Adam Smith (1723-1790) na obra “A riqueza das nações”, na qual este afirma que existe uma lógica interna, uma razão na produção das mercadorias em que a interferência de um elemento externo seria dispensável.

De acordo com essa teoria, a sociedade se civilizaria ao incorporar valores que defendiam a liberdade de mercado e garantiam igualdade a todos – compradores e vendedores -.

Se as condições para a liberdade e a igualdade entre os indivíduos estavam dadas sociedade civil, o Estado deveria proteger esta situação – teoria da “mão-invisível”. John Locke (1632-1704), na obra “Segundo tratado sobre o governo”, dá ao Estado a imagem de um vigia noturno.

O Estado, segundo os liberais, deve proteger os indivíduos contra situações que possam subverter seus direitos inalienáveis: liberdade, igualdade, vida e propriedade.

O homem, dotado de racionalidade tornara-se o dono do próprio destino e assim as transformações burguesas exigiam a participação da maioria da população.

O Estado Liberal-Democrático.

As sociedades capitalistas, movidas pela burguesia revolucionaria, criaram o Estado Liberal Democrático, que entrou em prática em locais onde a burguesia se chocou com a nobreza e buscou apoio entre os operários e camponeses.

O Estado de Bem-estar Social

Nas últimas décadas do século XIX, o capitalismo da livre concorrência sofria choque no próprio sistema. A competição provocou o fim de empresas mais frágeis e acelerou a desigualdade no acumulo de capitais.

As empresas que dominavam os mercados – nacionais ou internacionais – definiram no capitalismo o monopólio, com a fusão de empresas com bancos, garantindo assim o domínio de grandes mercados. O capitalismo financeiro começa a desenhar a economia global.

A brutal acumulação de riquezas impulsiona os conflitos entre as classes sociais, e o Estado vê-se obrigado a criar órgãos para atender as reivindicações populares, usando o que se chama de política de bem-estar social.

Surgem instituições sociais que compõe o sistema previdenciário, a educação e a assistência medica e se organizam empresas estatais ligadas aos setores estratégico da economia.

Em 1929 o sistema capitalista deparou-se com uma grande crise que o abalou profundamente. O Estado de bem-estar social surgiu como solução para superar essa crise.

Com base nele John Maynard Keynes (1883-1946) elaborou princípios que defendiam a intervenção do Estado na economia para garantir o pleno emprego, incentivando contratações nas empresas privadas e públicas.

Era necessária a ajuda social aos desempregados, ampliando, pouco a pouco, a estrutura administrativa, cujo custo foi pago com a cobrança de taxas e impostos da burguesia.

O Estado do bem-estar social foi muito criticado por uma parcela da burguesia que afirmava que este não valia o quanto custava, pois os negócios ficavam comprometidos com tantos impostos e bloqueava-se o desenvolvimento econômico.

Mesmo com críticas nos países desenvolvidos, o Estado não mais se afastou da economia, os gastos públicos permaneceram altos e as mudanças para a redução dos custos atingiram apenas as instituições que atendiam os trabalhadores – educação e saúde públicas fracas -; previdência social e seguro-desemprego com poucos recursos.

Integrar a economia do seu país à globalização é uma tarefa que exige do Estado algumas medidas entre elas a privatização das estatais, a desregulamentação do mercado, a livre atuação aos bancos, a flexibilização dos direitos trabalhistas e o atrelamento da moeda ao dólar para facilitar as transações internacionais.

As reformas neoliberais avançaram sobre os direitos dos trabalhadores, pois estes estão em desvantagem para resistir, dada a ameaça do desemprego, e desorganizados politicamente.

Introdução ao estudo da Sociologia

Um pequeno roteiro para nos situarmos no processo histórico do desenvolvimento das Ciências Sociais...

1- De que se ocupam as Ciências Sociais? Pesquisam e estudam o comportamento social humano e suas várias formas de organização.

2- O que é Ciência? Podemos dizer que a Ciência é uma forma de conhecimento, sendo que conhecer é o ato de explicar (atribuir significado) ou organizar logicamente (razão) um fato, um objeto, uma atuação e etc.

3- Método usado pelas Ciências Sociais: Investigação científica.

4- O objeto das Ciências Sociais é o ser humano em suas relações sociais. Seu objetivo, ampliar o conhecimento sobre o ser humano em suas interações sociais.

5- Divisão das Ciências Sociais: Sociologia -relações sociais; Antropologia -culturas humanas; Política -distribuição de poder;

6- Origem da Sociologia: A Sociologia estuda a formação da Sociedade Moderna. Esta ciência começou a surgir a partir do século XV, por causa das transformações que acabaram por trocar o feudalismo pelo capitalismo.

Século XV: Expansão marítima à Acúmulo de capitais - burguesia comercial - Estado Moderno;

Século XVI: Reforma Protestante - Confronto com o monopólio católico da interpretação baseada na fé e nos dogmas - Razão - Observação e experimentação;

- Nicolau Maquiavel (1469 – 1527): O príncipe – Manual de ação política;

- Galileu Galilei (1564 – 1642): Revolução científica; A Ciência se torna laica;

- Thomas Hobbes (1588 – 1679): O leviatã – “O homem é o lobo do homem”;

- Francis Bacon (1561 – 1626): Novum Organum – Saber não contemplativo; Observação e experimentação;

- René Descartes (1569 – 1650): Discurso do Método – “Penso logo existo”;

Século XVII: Produção manufatureira àAperfeiçoamento das técnicas;

- Jonh Locke (1632 – 1704): Ensaio sobre o entendimento humano – O conhecimento se inicia com a experiência sensível;

- Isaac Newton (1642 – 1727): Revolução científica; Lei da gravidade;

Século XVIII: A revolução industrial e o surgimento das Ciências Sociais.

Invenção das máquinas de tecer e a vapor (transformações na produção) àSuperação do trabalho artesanal pelo mecânico àMão-de-obra feminina e infantil àTrabalho escravo nas colônias européias àRevolução Francesa (transformações políticas) àAscensão da burguesia industrial;

- Montesquieu (1689 – 1755): O Espírito das Leis – Suas Teorias inspiram a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, elaborada em 1789, durante a Revolução francesa;

- David Hume (1711 – 1776): Radicalização do empirismo inglês;

- Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778): O Contrato Social – “O homem nasce bom, a sociedade o corrompe”;

- Adam Smith (1723 – 1790): Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações – Liberalismo econômico;

- Immanuel Kant (1724 – 1804): Crítica da razão pura e Crítica da razão prática – Limites da razão como instrumento do conhecimento;


Sugestões de leitura:

MARTINS, Carlos Benedito. O que é sociologia. São Paulo: Brasiliense, 2005. - - (Coleção Primeiros Passos; 57).

OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Editora Ática, 2001.

O problema político na Filosofia

O problema político na Filosofia

PLATÃO (427 – 347 A.C.)

Mais famoso discípulo de Sócrates. Fundou, em Atenas, uma escola de Filosofia chamada “A Academia”.

· Mito ou alegoria da caverna – do senso comum à ciência;
· As formas – ideias ou formas são arquétipos imutáveis. Os sentidos não nos revelam a verdadeira natureza das coisas. O mundo físico não passa de uma cópia imperfeita das ideias;
· O conhecimento é derivado da razão e não da experiência sensorial;
· Alma imortal – a morada da razão;

--> O pensamento político de Platão

· A República: concepção de uma sociedade perfeita;
- Alma humana (psikê): composta de três partes – o apetite, a coragem e a razão;
- Reformar o sistema de classes: sociedade ideal dividida em castas – a dos filósofos (razão), a dos soldados (coragem) e a do povo comum (apetite);

Filósofos (sofocracia) --> Soldados --> Povo comum

· O Estado confiscaria a riqueza privada;
· O casamento monogâmico deveria ser abolido. Não haveria diferença entre os sexos;
· Educação (paideia) – instrumento de seleção das aptidões de cada um; tirar os filhos dos pais para protegê-los dos maus hábitos;
· Essa “República” não é democrática. Para Platão, o povo é incapaz de possuir a Ciência Política; Prega o governo dos filósofos (sofocracia);

ARISTÓTELES (384 – 322 A.C.)

Nasceu em Estagira, na Macedônia. Foi discípulo de Platão em sua Academia; Mais tarde, funda sua escola – o liceu. Primeiro grande filósofo grego e primeiro grande biólogo da Europa;

· Enquanto Platão valorizou apenas a razão, Aristóteles valorizou também os sentidos; Não existe nada na consciência que já não tenha sido experimentado antes pelos sentidos; (Razão inata – permanece “vazia” enquanto não percebemos nada);

· Interpretação ontológica (relativa ao estudo do ser)
- ato: manifestação atual do ser, aquilo que já existe;
- potência: aquilo que ainda não é, mas pode vir a ser;
- substância: aquilo que é estrutural e essencial do ser;
- acidente: atributo circunstancial e não essencial do ser;

· O que determina a realidade de um ser: a causa.
- causa material: a matéria de que é feita uma coisa;
- causa formal: a configuração assumida por uma coisa;
- causa eficiente: refere-se ao agente que produziu diretamente a coisa;
- causa final: refere-se ao objetivo, à finalidade ou à razão de ser uma coisa. (passagem da potência para o ato);

--> O pensamento político de Aristóteles

· O HOMEM É UM ANIMAL POLÍTICO;
· A forma mais elevada de convívio humano é o Estado;
· As formas de governo: Assim como Platão, criticou os maus governos;

--> Monarquia: pode degenerar em “tirania”;
--> Aristocracia: pode degenerar em oligarquia;
--> Democracia: pode se transformar no governo caótico das massas;

· Aristóteles prefere a democracia como forma de governo. Talvez isso se deva à constatação feita de que a tensão política sempre deriva da luta entre ricos e pobres; se um regime conseguir conciliar esses antagonismos, torna-se mais propício para assegurar a paz social;

Revolução maquiaveliana, contratualismo e teoria liberal

Revolução maquiaveliana, contratualismo e teoria liberal

Antes de “O príncipe”

Embora diferentes e, muitas vezes, contrárias, as obras políticas medievais e renascentistas operam num mundo cristão. Isso significa que, para todas elas, a relação entre política e religião é um dado de que não podem escapar. É verdade que as teorias medievais são teocráticas, enquanto as renascentistas procuram evitar a idéia de que o poder seria uma graça ou um fator divino; no entanto, embora recusem a teocracia, não podem recusar uma outra idéia cristã, qual seja, a de que o poder político só é legítimo se for justo e só será justo se estiver de acordo com a vontade de Deus e a Providência divina. Assim, elementos de teologia continuam presentes nas formulações teóricas da política.

Em relação à tradição do pensamento político, a obra de Maquiavel é demolidora e revolucionária.

A revolução maquiaveliana

Diferentemente dos teólogos, que partiam da Bíblia e do Direito Romano para formular teorias políticas, e, diferentemente dos contemporâneos renascentistas, que partiam das obras dos filósofos clássicos para construir suas teorias políticas, Maquiavel parte da experiência real de seu tempo.

Foi diplomata e conselheiro dos governantes de Florença, via as lutas européias de centralização monárquica (França, Inglaterra, Espanha, Portugal), viu a ascensão da burguesia comercial das grandes cidades e sobretudo viu a fragmentação da Itália, dividida em reinos, ducados, repúblicas e Igreja. A compreensão dessas experiências históricas e a interpretação do sentido delas o conduziram à idéia de que uma nova concepção da sociedade e da política tornara-se necessária, sobretudo para a Itália e para Florença.

Maquiavel não admite um fundamento anterior e exterior à política (Deus, Natureza ou razão). Toda Cidade, diz ele em O príncipe, está originariamente dividida por dois desejos opostos: o desejo dos grandes de oprimir e comandar e o desejo do povo de não ser oprimido nem comandado. Essa divisão evidencia que a Cidade não é uma comunidade homogênea nascida da vontade divina, da ordem natural ou da razão humana. Na realidade, a Cidade é tecida por lutas
internas que a obrigam a instituir um pólo superior que possa unificá-la e dar-lhe identidade. Esse pólo é o poder político. Assim, a política nasce das lutas sociais e é obra da própria sociedade para dar a si mesma unidade e identidade. A política resulta da ação social a partir das divisões sociais;

Maquiavel não aceita a idéia da boa comunidade política constituída para o bem comum e a justiça. Como vimos, o ponto de partida da política para ele é a divisão social entre os grandes e o povo. A sociedade é originariamente dividida e jamais pode ser vista como uma comunidade una, indivisa, homogênea, voltada para o bem comum. Essa imagem da unidade e da indivisão, diz Maquiavel, é uma máscara com que os grandes recobrem a realidade social para enganar, oprimir e comandar o povo, como se os interesses dos grandes e dos populares fossem os mesmos e todos fossem irmãos e iguais numa bela comunidade.

A finalidade política não é, como diziam os pensadores gregos, romanos e cristãos, a justiça e o bem comum, mas, como sempre souberam os políticos, a tomada e manutenção do poder. O verdadeiro príncipe é aquele que sabe tomar e conservar o poder e que, para isso, jamais deve aliar-se aos grandes, pois estes são seus rivais e querem o poder para si, mas deve aliar-se ao povo, que espera do governante a imposição de limites ao desejo de opressão e mando dos grandes. A política não é a lógica racional da justiça e da ética, mas a lógica da força transformada em lógica do poder e da lei.

Maquiavel recusa a figura do bom governo encarnada no príncipe virtuoso, portador das virtudes cristãs, das virtudes morais e das virtudes principescas. O príncipe precisa ter virtu, mas esta é propriamente política, referindo-se às qualidades do dirigente para tomar e manter o poder, mesmo que para isso deva usar a violência, a mentira, a astúcia e a força. A tradição afirmava que o governante devia ser amado e respeitado pelos governados. Maquiavel afirma que o príncipe não pode ser odiado.

Isso significa, em primeiro lugar, que deve ser respeitado e temido – o que só é possível se não for odiado. Significa, em segundo lugar, que não precisa ser amado, pois isto o faria um pai para a sociedade e, sabemos, um pai conhece apenas um tipo de poder, o despótico. A virtude política do príncipe aparecerá na qualidade das instituições que soube criar e manter e na capacidade que tiver para enfrentar as ocasiões adversas, isto é, a fortuna ou sorte;

Maquiavel não aceita a divisão clássica dos três regimes políticos (monarquia, aristocracia, democracia) e suas formas corruptas ou ilegítimas (tirania, oligarquia, demagogia/anarquia), como não aceita que o regime legítimo seja o hereditário e o ilegítimo, o usurpado por conquista. Qualquer regime político – tenha a forma que tiver e tenha a origem que tiver – poderá ser legítimo ou ilegítimo. O critério de avaliação, ou o valor que mede a legitimidade e a ilegitimidade, é a liberdade.

Todo regime político em que o poderio de opressão e comando dos grandes é maior do que o poder do príncipe e esmaga o povo é ilegítimo; caso contrário, é legítimo. Assim, legitimidade e ilegitimidade dependem do modo como as lutas sociais encontram respostas políticas capazes de garantir o único princípio que rege a política: o poder do príncipe deve ser superior ao dos grandes e estar a serviço do povo. O príncipe pode ser monarca hereditário ou por conquista; pode ser todo um povo que conquista, pela força, o poder. Qualquer desses regimes políticos será legítimo se for uma república e não despotismo ou tirania, isto é, só é legítimo o regime no qual o poder não está a serviço dos desejos e interesses de um particular ou de um grupo de particulares.

Estado de Natureza, contrato social, Estado Civil

O conceito de Estado de Natureza tem a função de explicar a situação pré-social na qual os indivíduos existem isoladamente. Duas foram as principais concepções do Estado de Natureza:

1. a concepção de Hobbes (no século XVII), segundo a qual, em Estado de Natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou “o homem lobo do homem”. Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar;

2. a concepção de Rousseau (no século XVIII), segundo a qual, em Estado de Natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, o grito e o canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem inocente, termina quando alguém cerca um terreno e diz: “É meu”. A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, dá origem ao Estado de Sociedade, que corresponde, agora, ao Estado de Natureza hobbesiano da guerra de todos contra todos.

O Estado de Natureza de Hobbes e o Estado de Sociedade de Rousseau evidenciam uma percepção do social como luta entre fracos e fortes, vigorando a lei da selva ou o poder da força. Para cessar esse estado de vida ameaçador e ameaçado, os humanos decidem passar à sociedade civil, isto é, ao Estado Civil, criando o poder político e as leis.

A passagem do Estado de Natureza à sociedade civil se dá por meio de um contrato social , pelo qual os indivíduos renunciam à liberdade natural e à posse natural de bens, riquezas e armas e concordam em transferir a um terceiro – o soberano – o poder para criar e aplicar as leis, tornando-se autoridade política. O contrato social funda a soberania.

Como é possível o contrato ou o pacto social? Qual sua legitimidade? Os teóricos invocarão o Direito Romano – “Ninguém pode dar o que não tem e ninguém pode tirar o que não deu” – e a Lei Régia romana – “O poder é conferido ao soberano pelo povo ” – para legitimar a teoria do contrato ou do pacto social.

Parte-se do conceito de direito natural : por natureza, todo indivíduo tem direito à vida, ao que é necessário à sobrevivência de seu corpo, e à liberdade. Por natureza, todos são livres, ainda que, por natureza, uns sejam mais fortes e outros mais fracos. Um contrato ou um pacto, dizia a teoria jurídica romana, só tem validade se as partes contratantes forem livres e iguais e se voluntária e
livremente derem seu consentimento ao que está sendo pactuado.

A teoria do direito natural garante essas duas condições para validar o contrato social ou o pacto político. Se as partes contratantes possuem os mesmos direitos naturais e são livres, possuem o direito e o poder para transferir a liberdade a um terceiro; e se consentem voluntária e livremente nisso, então dão ao soberano algo que possuem, legitimando o poder da soberania. Assim, por direito natural, os indivíduos formam a vontade livre da sociedade, voluntariamente fazem um pacto ou contrato e transferem ao soberano o poder para dirigi-los.

Para Hobbes, os homens reunidos numa multidão de indivíduos, pelo pacto, passam a constituir um corpo político, uma pessoa artificial criada pela ação humana e que se chama Estado. Para Rousseau, os indivíduos naturais são pessoas morais, que, pelo pacto, criam a vontade geral como corpo moral coletivo ou Estado.

A teoria do direito natural e do contrato evidencia uma inovação de grande importância: o pensamento político já não fala em comunidade, mas em sociedade. A idéia de comunidade pressupõe um grupo humano uno, homogêneo, indiviso, compartilhando os mesmos bens, as mesmas crenças e idéias, os mesmos costumes e possuindo um destino comum. A idéia de sociedade, ao contrário, pressupõe a existência de indivíduos independentes e isolados, dotados
de direitos naturais e individuais, que decidem, por um ato voluntário, tornaremse sócios ou associados para vantagem recíproca e por interesses recíprocos. A comunidade é a idéia de uma coletividade natural ou divina; a sociedade, a de uma coletividade voluntária, histórica e humana.

A sociedade civil é o Estado propriamente dito. Trata-se da sociedade vivendo sob o direito civil, isto é, sob as leis promulgadas e aplicadas pelo soberano. Feito o pacto ou o contrato, os contratantes transferiram o direito natural ao soberano e com isso o autorizam a transformá-lo em direito civil ou direito positivo, garantindo a vida, a liberdade e a propriedade privada dos governados. Estes transferiram ao soberano o direito exclusivo ao uso da força e da violência,
da vingança contra os crimes, da regulamentação dos contratos econômicos, isto é, a instituição jurídica da propriedade privada, e de outros contratos sociais (como, por exemplo, o casamento civil, a legislação sobre a herança, etc.).

Quem é o soberano? Hobbes e Rousseau diferem na resposta a essa pergunta.

Para Hobbes, o soberano pode ser um rei, um grupo de aristocratas ou uma assembléia democrática. O fundamental não é o número de governantes, mas a determinação de quem possui o poder ou a soberania. Esta pertence de modo absoluto ao Estado, que, por meio das instituições públicas, tem o poder para promulgar e aplicar as leis, definir e garantir a propriedade privada e exigir obediência incondicional dos governados, desde que respeite dois direitos naturais intransferíveis: o direito à vida e à paz, pois foi por eles que o soberano foi criado. O soberano detém a espada e a lei; os governados, a vida e a propriedade dos bens.

Para Rousseau, o soberano é o povo, entendido como vontade geral, pessoa moral coletiva livre e corpo político de cidadãos. Os indivíduos, pelo contrato, criaram-se a si mesmos como povo e é a este que transferem os direitos naturais para que sejam transformados em direitos civis. Assim sendo, o governante não é o soberano, mas o representante da soberania popular. Os indivíduos aceitam perder a liberdade civil; aceitam perder a posse natural para ganhar a individualidade civil, isto é, a cidadania. Enquanto criam a soberania e nela se fazem representar, são cidadãos. Enquanto se submetem às leis e à autoridade do governante que os representa chamam-se súditos. São, pois, cidadãos do Estado e súditos das leis.

A teoria liberal

No pensamento político de Hobbes e Rousseau, a propriedade privada não é um direito natural, mas civil. Em outras palavras, mesmo que no Estado de Natureza (em Hobbes) e no Estado de Sociedade (em Rousseau) os indivíduos se apossem de terras e bens, essa posse é o mesmo que nada, pois não existem leis para garanti-las. A propriedade privada é, portanto, um efeito do contrato social e um decreto do soberano. Essa teoria, porém, não era suficiente para a burguesia em ascensão.

De fato, embora o capitalismo estivesse em vias de consolidação e o poderio econômico da burguesia fosse inconteste, o regime político permanecia monárquico e o poderio político e o prestígio social da nobreza também permaneciam. Para enfrentá-los em igualdade de condições, a burguesia precisava de uma teoria que lhe desse legitimidade tão grande ou maior do que o sangue e a hereditariedade davam à realeza e à nobreza. Essa teoria será a da propriedade privada como direito natural e sua primeira formulação coerente será feita pelo filósofo inglês Locke, no final do século XVII e início do século XVIII.

Locke parte da definição do direito natural como direito à vida, à liberdade e aos bens necessários para a conservação de ambas. Esses bens são conseguidos pelo trabalho.

Como fazer do trabalho o legitimador da propriedade privada enquanto direito
natural?

Deus, escreve Locke, é um artífice, um obreiro, arquiteto e engenheiro que fez uma obra: o mundo. Este, como obra do trabalhador divino, a ele pertence. É seu domínio e sua propriedade. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, deu-lhe o mundo para que nele reinasse e, ao expulsá-lo do Paraíso, não lhe retirou o domínio do mundo, mas lhe disse que o teria com o suor de seu rosto. Por todos esses motivos, Deus instituiu, no momento da criação do mundo e do homem, o direito à propriedade privada como fruto legítimo do trabalho. Por isso, de origem divina, ela é um direito natural.

O Estado existe a partir do contrato social. Tem as funções que Hobbes lhe atribui, mas sua principal finalidade é garantir o direito natural de propriedade.

Dessa maneira, a burguesia se vê inteiramente legitimada perante a realeza e a nobreza e, mais do que isso, surge como superior a elas, uma vez que o burguês acredita que é proprietário graças ao seu próprio trabalho, enquanto reis e nobres são parasitas da sociedade.

O burguês não se reconhece apenas como superior social e moralmente aos nobres, mas também como superior aos pobres. De fato, se Deus fez todos os homens iguais, se a todos deu a missão de trabalhar e a todos concedeu o direito à propriedade privada, então, os pobres, isto é, os trabalhadores que não conseguem tornar-se proprietários privados, são culpados por sua condição inferior. São pobres, não são proprietários e são obrigados a trabalhar para outros
seja porque são perdulários, gastando o salário em vez de acumulá-lo para adquirir propriedades, ou são preguiçosos e não trabalham o suficiente para conseguir uma propriedade.

Se a função do Estado não é a de criar ou instituir a propriedade privada, mas de garanti-la e defendê-la contra a nobreza e os pobres, qual é o poder do soberano? A teoria liberal, primeiro com Locke, depois com os realizadores da independência norte-americana e da Revolução Francesa, e finalmente, no século passado, com pensadores como Max Weber, dirão que a função do Estado é tríplice:

1. por meio das leis e do uso legal da violência (exército e polícia), garantir o direito natural de propriedade, sem interferir na vida econômica, pois, não tendo instituído a propriedade, o Estado não tem poder para nela interferir. Donde a idéia de liberalismo, isto é, o Estado deve respeitar a liberdade econômica dos proprietários privados, deixando que façam as regras e as normas das atividades econômicas;

2. visto que os proprietários privados são capazes de estabelecer as regras e as normas da vida econômica ou do mercado, entre o Estado e o indivíduo intercalase uma esfera social, a sociedade civil, sobre a qual o Estado não tem poder instituinte, mas apenas a função de garantidor e de árbitro dos conflitos nela existentes. O Estado tem a função de arbitrar, por meio das leis e da força, os conflitos da sociedade civil;

3. o Estado tem o direito de legislar, permitir e proibir tudo quanto pertença à esfera da vida pública, mas não tem o direito de intervir sobre a consciência dos governados. O Estado deve garantir a liberdade de consciência, isto é, a liberdade de pensamento de todos os governados e só poderá exercer censura nos casos em que se emitam opiniões sediciosas que ponham em risco o próprio Estado.

Na Inglaterra, o liberalismo se consolida em 1688, com a chamada Revolução Gloriosa. No restante da Europa, será preciso aguardar a Revolução Francesa de 1789. Nos Estados Unidos, consolida-se em 1776, com a luta pela independência.

Fonte:

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Editora Ática.

As desigualdades sociais no Brasil

As desigualdades sociais no Brasil

“E a situação sempre mais ou menos
Sempre uns com mais e outros com menos
A cidade não para, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce.”
(Chico Science – A cidade)

Na última aula, ficou demonstrado que as desigualdades sociais não são acidentais, mas produzidas por um conjunto de relações que abrangem as várias esferas da vida social. No nível econômico, tem-se um conjunto de relações que levam à superexploração do trabalho e à extrema concentração de riquezas. No nível político, assiste-se a um processo de exclusão que mantém a grande maioria da população distante das decisões governamentais, o que acaba, ao mesmo tempo, mantendo essas condições socioeconômicas e produzindo em todos os níveis a multiplicação das desigualdades.
Para entender os “porquês” das desigualdades sociais no Brasil, vamos olhar para o processo histórico do desenvolvimento do capitalismo brasileiro:
Até 1930, a produção brasileira era predominantemente agrária. Esse modelo econômico é designado agrário-exportador, tendo em vista que o Brasil exportava produtos agrários para outros países – principalmente o café. Havia algumas indústrias, mas em número reduzido. Neste momento (final do século XIX até as primeiras três décadas do século XX), já se formavam as bases para o desenvolvimento industrial que ocorreu após 1930.
O desenvolvimento da industrialização no Brasil, a partir da década de 30, criou as condições para a acumulação capitalista, o que pode ser verificado não só através da redefinição do papel do Estado na economia – a partir daquele momento, o Estado passaria a se empenhar na criação das condições possíveis para o desenvolvimento industrial (regulamentação das leis trabalhistas, fixação de preços, subsídios, investimentos em infra-estrutura na criação das indústrias de base, como, por exemplo, as siderúrgicas) –, mas também da implantação da indústria de bens de produção (bens de capital, ou seja, as indústrias voltadas para a produção de máquinas, equipamentos, etc.).
A política econômica posta em prática, no entanto, não tinha a preocupação de gerar empregos. O seu caráter básico foi o desenvolvimento de setores da produção (por exemplo, o setor de bens de consumo duráveis, tais como fogões, geladeiras, automóveis) que economizam mão-de-obra. O resultado imediato dessa política foi a geração de um processo de desenvolvimento que não gerava empregos suficientes para a população economicamente ativa do país, ou seja, aquela em condições e em idade para disputar um lugar no mercado de trabalho.

Desenvolvimento e desigualdade: as décadas de 1950 e 1960
Nas décadas de 50 e 60, o Brasil conseguiu um grau significativo de industrialização. Mas sem romper com o desenvolvimento. O modelo de crescimento industrial não significou uma melhora nas condições de vida da maioria da população. Esse processo gerou, ao mesmo tempo, uma acumulação de riqueza em larga escala, sem resolver os problemas relacionados com a pobreza, ao contrário, agravando-os.
A concentração da renda tornou-se, assim, o fator responsável pelo crescimento da economia brasileira a partir de 1930. E de que forma isso ocorreu? Um dos fatores pode ser creditado ao tipo de crescimento industrial, que não absorvia a mão-de-obra disponível, o que resultava em desemprego em larga escala. Isso servia, fundamentalmente, para empurrar os salários para níveis cada vez mais baixos.
No início da década de 60, abriu-se um período de crise, a qual decorria de um processo de desaceleração da atividade econômica. Uma das razoes dessa crise adivinha do empenho do governo em desconcentrar a renda através de uma melhor remuneração da força de trabalho e de uma política de contenção da inflação. As políticas de diminuição de gastos públicos, de cortes de credito privado e de controle de preços causaram um grande descontentamento nos setores sociais que vinham se beneficiando do processo econômico concentracionista.
Esses grupos dominantes não escondiam o seu descontentamento com os rumos que tomava o governo do presidente João Goulart (1961-1964) e passaram a atuar juntamente com os militares no processo de preparação do golpe que ocorreu em 31 e março de 1964.
A partir de 1964 a busca de um tipo de desenvolvimento com um custo social cada vez mais reduzido foi completamente abandonada. De acordo com Celso Furtado, um dos mais importantes interpretes dos problemas econômicos do Brasil na década de 60, a sociedade brasileira se tornou mais complexa mais o seu desenvolvimento político foi paralisado com o estabelecimento do regime militar. O país penetrou em um período de sombras com conseqüências sociais que se refletem até a atualidade.

As condições políticas de aprofundamento das desigualdades a partir de 1964
Após 1964, durante a ditadura militar, criou-se as condições para um aprofundamento da reprodução do capitalismo no Brasil, o que significava uma elevação da acumulação do capital e uma maior exploração do trabalho. Para que isso fosse possível, houve uma vasta repressão política que desmantelou as organizações dos trabalhadores que lutavam por melhoria salarial. As desigualdades sociais se tornaram cada vez maiores numa sociedade em que a exclusão socioeconômica e política impossibilitavam a formação de uma base de participação dos diversos setores sociais. Excluía-se da arena política um real embate entre as forças sociais.
Na década de 1960, a fragilidade da sociedade brasileira diante das crises e dos ajustes exigidos pela dinâmica econômica externa e interna estava ligada a essas condições políticas. Grande parte da população, excluída tanto no nível socioeconômico quanto no político, não teve seus interesses (melhoria salarial, melhoria social, como saúde, por exemplo) levados em conta.
Por isso, o problema da miserabilidade no Brasil tende a ser pensado não somente no âmbito econômico, mas também no político, na medida em que ficou evidenciado, no período do chamado “milagre econômico”, 1969-1973, que os benefícios desse crescimento não eram expressivamente convertidos em melhorias sociais para a parte mais pobre da população.
As teses defendidas pelos economistas que participaram dos governos militares nos anos 60 e 70, segundo as quais era preciso fazer o bolo da economia nacional crescer para melhor dividi-lo com todos brasileiros, mostraram-se infundadas. Os ganhos do período denominado “milagre econômico” converteram-se em concentração da renda e não em benefícios sociais para a grande maioria. A partir da década de 1980, ficou evidente, através da não efetivação de políticas de distribuição de renda, que as possibilidades de encaminhas programas efetivos de diminuição das disparidades sociais tinham sido desperdiçadas.

Os índices de pobreza na década de 1980.
A década de 80 foi marcada por uma oscilação entre o aumento e a diminuição da proporção do numero de pobres na população brasileira. No entanto, na analise da questão da desigualdade, deve-se fazer a seguinte pergunta: A diminuição do número de pobres, em alguns momentos expressava ou não uma diminuição da distância entre os mais ricos e os mais pobres?Ou será que um aumento temporário no nível de renda não impede que os mecanismos de concentração continuem atuando e se amplie o abismo que separa ricos e pobres? É uma questão básica para um estudo sociológico.

Desigualdade e pobreza na década de 1990.
A fundação SEADE (sistema estadual de analise de dados) divulgou um relatório em setembro de 1999 sobre as condições de vida em que mostra, por exemplo, que na grande São Paulo aumentou a desigualdade social entre os mais ricos e os mais pobres. Entre 1994 e 1998 os 10% mais pobres tiveram um acréscimo de 24% em sua renda (de R$43,50 para R$54,10), enquanto os 10% mais ricos tiveram um acréscimo de 37%.Portanto, a renda de toda população melhorou, mas a desigualdade não diminuiu.
O dado mais elucidativo das condições de desigualdade no Brasil, que o deixa na posição de país socialmente mais injusto, é que os 10% mais ricos ficam com quase a metade da renda nacional, enquanto os 10% mais pobres, com apenas 0,8%.
Diante do esvaziamento de poder provocado pelas recentes desnacionalizações de empresas (neoliberalismo) e do avanço do capital estrangeiro sobre vários domínios (públicos e privados), o governo poderá implementar mecanismos de reversão das condições de desigualdade?Não estaria o país condenado, nas próximas décadas ao contínuo processo de aprofundamento das disparidades sociais?Somente as organizações assistenciais da sociedade civil, que se multiplicaram nos anos 90, ficariam incumbidas de introduzir projetos de melhoria das condições de vida das populações mais pobres?Até que ponto isso seria suficiente para reverter o quadro de desigualdade no Brasil, e não somente minimizar os índices de pobreza e de indigência?